
Por Valdemar Afonso
A pandemia proporcionou uma nova “visão” do golfe no Algarve, o “ouro verde”
que salvava o ano na sazonalidade do turismo de verão, que era um grande suporte do PIB nacional, onde os cerca de 40 campos eram o ganha-pão de centenas de famílias, onde desde sempre houve clubes abertos, parques de estacionamento cheios, bares e restaurantes a faturar no máximo, clubes e proprietários a “engordar” as contas.
Agora, após meses e meses de confinamentos, campos e clubes fechados, parques vazios, milhares de trabalhadores em lay-off ou no desemprego, ausência de turistas estrangeiros (os principais clientes), começam a conhecer-se algumas dificuldades acrescidas, para os trabalhadores dos campos algarvios. Dos cerca de 40 campos, contam-se pelos dedos de uma mão as empresas portuguesas proprietárias de campos na região, que há perto de quatro anos eram talvez o dobro, antes da crise. Hoje a gestão de uma dezena de campos pertence a fundos.
A maioria dos campos é propriedade de alegados abastados empresários estrangeiros ou de Fundos, cujos interesses não acredito sejam o desenvolvimento da região mas apenas as receitas com os green-fees, imobiliária e mesmo da quotização dos associados que em alguns campos ascendem a dezenas/centenas de milhares de euros.
É incrível como um estrangeiro ou um Fundo chegam a Portugal e “recebem” dos bancos a gestão de resorts de golfe, sempre com imobiliária, faturam por cá e numa altura de crise o “pé-de-meia” não é aplicado e mandam os seus trabalhadores para o desemprego ou para um “lay-off” de aproveitamento máximo. Será que as autoridades fiscais/laborais em Portugal têm qualquer controlo destas situações?
Um exemplo, lamentável e triste para as centenas de trabalhadores afetados e também para o Turismo do Algarve, pela imagem negativa que passa para o estrangeiro: o campo/berço do golfe no Algarve, que abriu em 1966, com um hotel de 5 estrelas com pergaminhos a nível mundial e que recebia reservas de personalidades mundiais com dois ou três anos de avanço, que recebeu algumas das melhores edições do Open de Portugal, está num dilema terrível e à beira da insolvência.
Do mesmo grupo, adquirido há alguns anos por um alegado milionário árabe, fazem ainda parte três outras infraestruturas de luxo no “coração” do turismo do Algarve – dois campos de golfe e um hotel.
Pois as centenas de trabalhadores deste grupo, que não se cansam de pedir o que lhes é devido, estavam, no final de março, com o subsídio de natal de 2020 e os salários de meses em atraso e sem qualquer estímulo..
Esta lamentável situação terá um forte impacto no turismo de luxo a nível internacional, devido ao nome das infraestruturas envolvidas. Por exemplo o hotel sempre foi o “quartel-general” das equipas de automobilismo e motociclismo que se deslocam ao autódromo do Algarve. E as reservas para o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, em abril, já terão começado e talvez este hotel de luxo fique de fora das preferências das equipas. E o mesmo irá suceder, talvez, com o Grande Prémio MOTO.
E como não há receitas, perante tudo isto ninguém sabe se o proprietário árabe vai avançar a tempo (ou se avança) com o capital necessário para normalizar a situação. Sabe-se, isso sim, que antes da pandemia viria periodicamente ao Algarve para, alegadamente, receber os proventos do negócio.
Mas até agora alguém viu/ouviu responsáveis do turismo ou das autoridades locais pronunciarem-se sobre estes negócios milionários? Onde foram aplicados os chorudos lucros obtidos na maioria dos campos de golfe do Algarve, além das despesas com a manutenção e salários, no tempo das “vacas gordas”, quando havia 1,2 milhões de voltas/ano na região?
Quando voltaremos a ter os milhares de turistas/golfistas estrangeiros entre o outono e a primavera, para encherem os campos, hotéis e restaurantes do Algarve e assim ajudando milhares de trabalhadores?
Lá dizem os entendidos: pode ser, mas nunca será como dantes…

A PGA da América, a Ryder Cup Europe e a PGA Tour anunciaram em conjunto no início de julho que tanto a Ryder Cup quanto a Presidents Cup foram reagendadas, e serão disputadas um ano depois do agendado originalmente.

O Amarante Golf Clube e a Federação Portuguesa de Golfe assinaram um protocolo para o lançamento do Amarante Golfe Open, em Junho, prova que conta com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Amarante. Na celebração dos 25 anos do clube, pretende-se fixar um novo torneio no calendário, com prémios monetários de 15 mil euros, tornando-o no segundo evento mais importante, depois do Campeonato Nacional Absoluto Hyundai.
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